25 de março de 2012

PGR investiga elo de parlamentares com jogo ilegal desde 2009

 

PF gravou diálogos entre Cachoeira e parlamentares; material está na PGR.
Acusado de chefiar máfia de jogo, Cachoeira está preso em Mossoró (RN).

Débora Santos Do G1, em Brasília
 
Procurador-geral da República Roberto Gurgel disse que vai analisar que tipo de informação financeira sobre juízes o CNJ recebeu (Foto: Carlos Humberto/SCO/STF)
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel
(Foto: Carlos Humberto/SCO/STF)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou nesta sexta-feira (23) que, desde 2009, investiga a relação entre parlamentares e pessoas ligadas a jogos ilegais, como jogo do bicho e caça-níqueis. O material chegou ao Ministério Público Federal por meio de uma investigação realizada em Anápolis, interior de Goiás.
Entre os contatos analisados, estão diálogos o empresário Carlos Cachoeira, preso pela Polícia Federal na Operação Montecarlo, com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Reportagem do jornal "O Globo" publicada nesta sexta afirma que gravações da PF mostram que o senador pediu dinheiro e vazou informações de reuniões oficiais para Cachoeira. A assessoria de Torres afirmou que o senador não vai se manifestar sobre o assunto.
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De acordo com a procuradoria, o caso ficou suspenso até 2012 por ter relação com outra investigação em curso. As informações de 2009 foram juntadas a fatos mais recentes obtidos pela operação da PF que resultou na prisão de Cachoeira.
Os diálogos envolvendo parlamentares e o restante do material da investigação estão sendo analisados pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
"A coisa não diz respeito apenas ao senador Demóstenes. Há outros parlamentares do estado de Goiás. São pessoas que estão sujeitas à jurisdição da Procuradoria Geral da República, mas isso realmente tem que analisar. Eu não vi nada e é muita coisa. Vou examinar", afirmou Gurgel na semana passada.
Carlinhos Cachoeira, que está detido no presídio federal em Mossoró (RN), foi apontado pela PF como chefe de uma quadrilha de exploração de jogos com máquinas caça-níqueis. Ele ficou conhecido pela suspeita de pagar propina a Waldomiro Diniz, então assessor da Casa Civil no começo do governo Luiz Inácio Lula da Silva, escândalo revelado em 2004.

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