28 de março de 2012

Solla atrapalhou gestão em municipio


Lílian Machado REPÓRTER



Prestes a se desincompatibilizar da Secretaria Municipal de Saúde e retornar para a Câmara de Vereadores, o secretário Gilberto José (PDT) admitiu ontem, em entrevista à Tribuna, que o titular da Saúde Estadual, Jorge Solla (PT), atrapalhou a gestão da pasta no município.

Embora afirme que não houve “boicote”, o auxiliar da equipe do prefeito João Henrique (PP) disse que, ao longo do tempo em que ocupou o comando da Secretaria, o Estado “criou muito mais dificuldades do que ajudou” a cidade nessa área.

“Eles poderiam ter sido mais parceiros e nos ajudado mais. Não conseguiram separar as competências do município e do Estado e por fim quiseram tomar serviços do município”, acusou.

Ao longo de sua atuação na Saúde, Gilberto José teve divergências com Solla, sendo o ápice dos conflitos, a discussão sobre a proposta de gestão compartilhada, em contraponto com a gestão plena, defendida pelo município. Conforme o secretário, os desentendimentos com o governo estadual teriam sido o grande impasse de sua administração.

Apesar das dificuldades colocadas, ele também fez um balanço positivo de sua passagem pelo Executivo.  “Deixo a Secretaria com uma perspectiva de crescimento que nunca houve anteriormente. Nunca Salvador esteve em uma situação nessa área tão privilegiada como está no momento”, enfatizou.  

Ele relembrou que a medida de transferência para a gestão estadual dos recursos enviados pelo Ministério da Saúde para algumas unidades hospitalares públicas estaduais, federais e filantrópicas não contribuiu para melhorar o setor e Salvador continua deficitário. “O Estado está recebendo o dinheiro e Salvador continua com o mesmo déficit”, disse.  

Na época, Solla teria prometido ajudar a sanar o déficit mensal de R$ 6 milhões nos hospitais e postos da cidade.

“Esperávamos que o Estado ajudasse na recomposição do teto e isso não aconteceu. No entanto, o que posso dizer é que naquilo que concerne aos recursos oriundos do município nós conseguimos equilibrar as contas. Quitamos um débito de R$157 milhões de 2010 e em 2011 encerramos com as finanças também equilibradas”, acrescentou. Mesmo com os obstáculos, ele disse que “não se arrepende” de ter deixado a Câmara para assumir a pasta municipal.

“Não ficam mágoas, mas apenas a frustração de um político que veio para a Saúde e que se confrontou com pessoas fazendo política partidária”, alfinetou. Gilberto José sai da gestão esta semana e toma posse na Câmara na próxima segunda-feira. “Hoje conheço a Saúde por dentro e com isso buscarei contribuir mais ainda no parlamento”, afirmou. O vereador deve concorrer a uma vaga nas eleições de outubro.
 
Entre as realizações de sua gestão, ele citou a elaboração do plano de requalificação das unidades de saúde, o planejamento de crescimento da rede, a recuperação de 58 postos que hoje têm atendimento, através de uma parceria com as universidades, a aprovação de todas as emendas parlamentares, com valor de R$3,6 milhões e aproveitamento de 100%, a inauguração de novas Upas e a recuperação de PSFs. Amanhã será inaugurado o maior PSF de Salvador, no Alto da Cachoeirinha, no Cabula VI.

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